terça-feira, 10 de novembro de 2009

João or not João: that is the question... E aí?

Foto: Diario de Pernambuco

Por Paulo Henrique Tavares

Na política só existe um sentimento: o resultado. Nada mais vale. Ódio, amor, rancor, gratidão, isso é tudo balela e passageiro. Os fins justificam os meios e ponto final. O panorama atual do Partido dos Trabalhadores (PT) do Recife é um bom exemplo disso. A última dos “companheiros” foi a confirmação, feita pelo ex-prefeito João Paulo, do racha entre o próprio e o atual prefeito, João da Costa.

É inegável a ajuda de João Paulo para a vitória, ainda no primeiro turno, de João da Costa. O cara era bem desconhecido. No entanto, fazer parte da tropa de choque do ex-prefeito, juntamente com a ex-secretária municipal de gestão estratégica e comunicação Lygia Falcão (PT) e o vereador Múcio Magalhães (PT), deu a ele certa projeção.

E na teoria do “eleger poste”, o ex-prefeito tirou 10. Para um político três estágios costumam o tornar consagrado: o primeiro, se eleger; o segundo, prorrogar a candidatura; e o terceiro, fazer o sucessor. E o petista conseguiu todos, isso o transforma em uma das principais lideranças políticas do estado.

Mas nem tudo são flores na vida de João Paulo. O caráter autoritário nas decisões é o que mais o caracteriza no dia-a-dia. E deve ter sido justamente esse o ponto de ebulição para o afastamento com o companheiro João da Costa. Agora... Isso não é nenhuma novidade para o atual prefeito. A própria candidatura dele foi uma imposição de João Paulo. Ele, verdadeiramente, lutou contra tudo e contra todos, e conseguiu o que queria. Mas o prefeito sentiu do veneno de João Paulo e não deve ter aprovado o gosto.

Segundo informações de bastidores demorou um bom tempo para João Paulo entender que não era mais prefeito. Ele simplesmente se comportava como se ainda estivesse no comando da Prefeitura da Cidade do Recife (PCR) e isso deve ter promovido o desgaste entre os dois. Mesmo depois de tentarem se apresentar como se nada tivesse acontecido – até jantar, em julho deste ano, foi promovido para sessão de fotos – o racha veio à tona e nem telefonemas um quer receber do outro.

Como eu disse no início, não existe sentimento, mas resultados. João Paulo teve o êxito de eleger João da Costa. E, como é o normal, essa crise entre os dois, com certeza, vai passar. O mundo da política não gira em torno de 360 dias, mas, sim, de dois em dois anos. As eleições estão chegando e conchavos, beijos em criancinhas e abraços calorosos em desconhecidos são temperos fundamentais. Além, é claro, de alianças políticas.

Há... Antes que eu esqueça. Mais uma vez essa teoria tem tudo para se repetir. Não se esqueçam de 2010. PT, Dilma, Lula, eleger poste, imposição ao partido e aliados... É... Deixa para lá, o futuro dirá. O presente está preparando tudo.

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